Como saber se a bolsa estourou? Quais os sintomas?
A ruptura da bolsa é acompanhada de uma perda de líquido pela vagina.
Para a futura mamãe, aprender como saber se a bolsa estourou é de fundamental importância, pois isso, na maioria das vezes, implica o início do parto, o começo da contagem regressiva.
Não obstante, há casos em que a bolsa permanece intacta até o final ou se rompe sem ser acompanhada de contrações. É por isso que tantas mulheres têm dúvidas e receiam que a bolsa estoure sem se darem conta.
A verdade é que, dependendo das circunstâncias, abundantes secreções vaginais podem ser confundidas com o rompimento da bolsa.
Preparamos este artigo para esclarecer suas dúvidas e ajudar a tranquilizá-la nesse momento tão especial. Boa leitura!
Em que consiste a bolsa amniótica?
A bolsa amniótica consiste em uma fina membrana que envolve e protege o bebê. Em seu interior, cercado pelo líquido amniótico, o bebê está ligado a uma área da bolsa através do cordão umbilical. Nesta mesma área, mas do lado de fora da bolsa, encontra-se a placenta.
Em seguida, a parede uterina cerca a placenta e a bolsa, intimamente unida a elas. Todas essas camadas propiciam uma grande proteção para o bebê em desenvolvimento contra movimentos bruscos, golpes, pressão sobre o útero ou sons altos.
Durante um tempo, na recente era de medicalização dos cuidados pré-natais, acreditava-se que, para dar à luz, sempre era necessário estourar a bolsa artificialmente e que tal ação não teria efeitos negativos.
No entanto, protocolos e diretrizes atuais desaconselham essa prática, uma vez que estudos científicos de alta qualidade constataram que essa medida não é necessária e, além disso, pode causar problemas.
Qualquer intervenção realizada durante um parto normal deve ter um motivo racionalmente justificável, como a existência de alguma anomalia ou alteração em seu desenvolvimento natural.

Como saber se a bolsa estourou no banho?
Se você estiver tomando banho e, devido à corrente de água da ducha você não tiver como saber se a bolsa estourou, basta seguir um método simples. Desligue o chuveiro, sente no vaso sanitário e procure esvaziar integralmente a sua bexiga.
A seguir, coloque um pedaço de papel higiênico ou absorvente na calcinha e ande calmamente pela casa, sentando-se e abaixando-se algumas vezes. Depois, retorne ao banheiro e verifique se saiu mais algum líquido. Este é um dos métodos mais eficazes para saber se a bolsa estourou.
Se notar que ainda está saindo líquido, mesmo após ter esvaziado a bexiga, o mais provável é que a bolsa tenha estourado.
Quais os sintomas?
A ruptura da bolsa é acompanhada de uma perda de líquido pela vagina que, em alguns casos, pode ser evidente e, em outros, nem tanto. Lembre-se de que, em ambos os casos, isso é algo completamente normal.
De fato, algumas mulheres chegam à maternidade verdadeiramente encharcadas com o fluído amniótico, porém, muitas outras não percebem a perda de líquidos ou molham suas roupas íntimas sem saberem, com certeza, se a bolsa estourou.
Normalmente, o líquido amniótico que envolve o bebê é transparente, levemente rosado e, em muitos casos, pode ser confundido com outras perdas de líquidos (sobretudo, urina ou corrimento vaginal).
Tenha em mente que, nas semanas finais da gravidez, é natural perceber um aumento na quantidade de fluxo com consistência mais líquida, o que pode gerar dúvidas.
Similarmente, e por mais estranho que possa parecer, é bastante comum que mulheres grávidas percam a sensibilidade ao urinar devido ao peso do útero e do bebê sobre a bexiga.
Também contribui para isso o fato de que o esfíncter que controla a saída da urina se encontra mais relaxado pela ação hormonal da progesterona.
Se você suspeita que a sua bolsa estourou, é altamente recomendável trocar sua roupa de baixo e passar a observar cuidadosamente se ela continua aparecendo manchada ou não.
Se após algumas horas você ainda suspeitar e não tiver como saber se a bolsa estourou com certeza, procure o seu médico para que ele descubra objetivamente se houve ou não um rompimento da bolsa amniótica. Caso contrário, é necessário investigar as causas da sua perda de líquidos.
Para determinar um possível rompimento de bolsa, você deverá fazer um exame ginecológico, por meio do qual será possível determinar o que está ocorrendo.

A bolsa pode estourar aos poucos?
O rompimento da bolsa supõe a saída do líquido amniótico pelos genitais durante a etapa final da gravidez. As “águas” podem sair abundantemente, de tal forma que seria impossível confundir esse fenômeno com qualquer outra coisa.
Por outro lado, também é possível que uma pequena fissura nas membranas faça com que o líquido saia aos poucos, o que faz com que muitas mulheres confundam com a urina.
Para saber a diferença, é crucial observar que, quando se trata do líquido amniótico, o fluxo não se deterá e, pelo contrário, aumentará com os movimentos do seu corpo. Além disso, o odor é mais adocicado que o da urina.
Quando a bolsa estoura, dói?
De modo geral, o estouro da bolsa só deve doer caso venha associado às contrações. Sem embargo, nem todas as mulheres experimentam o rompimento da bolsa na mesma fase do parto.
Isso significa que, dependendo de cada mulher, isso pode ser dar antes do início das contrações ou durante a fase de dilatação. É possível, também, que a bolsa se mantenha intacta até o momento do parto.
Em alguns casos, o rompimento é espontâneo, enquanto em outros é o resultado de um procedimento chamado amniotomia (rompimento artificial da bolsa, que pode ser realizado por um obstetra ou por uma parteira).
A amniotomia, conforme mencionado, não é aconselhável para quem deseja um parto saudável e seguro, uma vez que o parto é um processo que deve se desenvolver com a mínima intervenção possível. Sem contar o fato de que há estudos que demonstram que a ruptura artificial da bolsa não acelera o parto.
Quando a bolsa estourar, você sentirá o escorrer de um líquido quente por entre as suas pernas.

Para, efetivamente, saber se a bolsa estourou, cumpre ressaltar, todavia, a diferença entre ruptura e fissura da bolsa: na primeira, você terá a perda de grandes quantidades de líquido, ao passo que, na segunda, o volume de líquido amniótico é significativamente menor.
Se a sua bolsa estourar, a primeira coisa a fazer é verificar a coloração do líquido.
Se deseja saber se a bolsa estourou, lembre-se que o normal é que seja transparente ou esbranquiçado, significando que você terá tempo suficiente para se trocar, arrumar suas coisas e se dirigir ao hospital, esperando, inclusive, que as contrações se iniciem (caso ainda não tenham começado).
Por outro lado, se o líquido apresentar coloração amarelada, esverdeada ou enegrecida, dirija-se imediatamente ao hospital. Afinal, nesse caso, não é indicado permanecer indefinidamente em casa sem ter como saber se a bolsa estourou.
Voltamos a lembrar que cada mulher é, de fato, especial é única: algumas dão à luz cerca de duas horas após o rompimento da bolsa, enquanto outras podem levar um dia ou mais na fase de dilatação.
Mais importante do que saber se a bolsa estourou é compreender que esse fenômeno envolve um sério risco de infecção que aumenta à medida que se passa mais tempo entre a ruptura e o parto, sobretudo se houver toques.
Se as contrações não forem produzidas espontaneamente, a tendência é que o obstetra solicite um período de espera de 12 a 24 horas após o rompimento da bolsa, a fim de induzir o parto com oxitocina (hormônio sintético que provoca contrações).
No entanto, a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que a futura mamãe permaneça em um período de observação, sem a prática de exames vaginais ou administração de antibióticos, durante as primeiras 48 horas após a bolsa estourar.
Porém, obviamente, em nenhum hospital (ou quase nenhum) você ficará por dois dias seguidos esperando para dar à luz. O mais provável é que o parto seja induzido artificialmente após transcorridas as primeiras 24 horas.
Em qualquer caso, se você não estiver de acordo, tem o direito a que não induzam o seu parto com oxitocina, exceto, é claro, se houver complicações e esse procedimento for indispensável para garantir a sua saúde e a do seu bebê.
Sinais que a bolsa vai estourar
Nem sempre é fácil saber se a bolsa estourou. Na prática, em muitas situações, a presença de secreções vaginais pode ser confundida com o rompimento de membranas.
Quando a bolsa estoura, é comum que haja a liberação repentina de um líquido abundante, transparente, quente, que molha as roupas e pode, até mesmo, fazer uma poça no chão. Em certos casos, há somente uma pequena fissura que pode se fechar posteriormente.
Conforme a gravidez progride, a vagina, a vulva, os tecidos e as glândulas que as rodeiam ficam carregadas de líquido, aumentando as secreções. Isso deve ser considerado normal, desde que não haja mau cheiro, colorações estranhas ou coceiras intensas.

Com efeito, nas relações sexuais que ocorrem no período gestacional há mais lubrificação e, às vexes, uma “ejaculação feminina”, com fluídos abundantes durante o orgasmo. Esse fenômeno é natural e bastante comum, embora nem todas as mulheres o percebam.
A diferença com o rompimento da bolsa é que, passado o momento da relação sexual, não há nova perda de líquidos. Se a bolsa estiver realmente rompida, o líquido amniótico continuará a fluir, pouco a pouco, ao longo das próximas horas.
Se não houver sangue e o líquido expelido não possuir uma coloração anormal ou esverdeada (em caso afirmativo, procure imediatamente auxílio médico), você pode colocar uma compressa ou gaze e verificar a situação após uma hora.
Se as dúvidas persistirem, não hesite em dirigir-se ao hospital ou a um serviço de emergência.
Motivos para romper a bolsa
Pode ser necessário romper a bolsa amniótica? Apenas em alguns casos, por exemplo, para acelerar um parto que estava em andamento e foi interrompido.
É importante observar que, muitas vezes, a interrupção da dilatação pode ter várias causas:
- Excesso de estresse e tensão da mãe;
- A obrigação de permanecer deitada, o que pode impedir que o bebê faça os movimentos necessários para descer pelo canal de parto;
- Muito calor ou frio;
- A presença de um acompanhante que não proporciona tranquilidade;
- Fome ou sede em excesso;
- A falta de privacidade ou de um ambiente silencioso;
- Quando os médicos não suspeitam de outras causas e já houve suficiente espera – pelo menos, quatro horas. Nesse caso, uma das medidas antes de administrar a medicação pertinente consiste em romper artificialmente a bolsa, de modo que a pressão exercida pela cabeça do bebê estimule o colo do útero e a produção de hormônios e substâncias que reativem as contrações.
De qualquer forma, não há motivos para pressa se tanto a mamãe quanto o bebê estiverem bem. Caso contrário, diante de uma causa necessária, a bolsa é rompida para estimular as contrações – medida que pode desencadear o parto em algumas horas.
Em situações de emergência, por exemplo, o rompimento artificial é empregado em conjunto com a administração de substâncias que produzem contrações: a oxitocina em um gotejador intravenoso ou prostaglandinas através da vagina.

O procedimento é simples, mas deve ser feito com o devido cuidado. O médico, com uma luva na mão, introduz lentamente um dedo ou dois na vagina e desliza por ela um instrumento de plástico longo, fino e arredondado, que não corta, exceto por uma pequena saliência na ponta para poder rasgar a fina bolsa sem prejudicar o bebê.
Sempre com o consentimento da gestante, a qual deve ser devidamente informada a respeito dos motivos pelos quais essa ação é necessária, o ideal é ajudá-la a relaxar e, em seguida, realizar o procedimento o mais devagar possível, a fim de evitar que seja doloroso e/ou traumático.
Rompimento espontâneo
Na maioria das ocasiões, a bolsa estoura quando o processo de parto já começou, ou seja, quando as contrações uterinas estão comprimindo a bolsa e dilatando o colo do útero.
À medida que o colo se dilata, com aberturas e contrações, a bolsa produz uma pressão uniforme sobre ele, o que ajuda a dilatá-lo suavemente, mantendo a proteção sobre o bebê.
Na realidade, quanto mais tempo demorar para romper a bolsa, melhor: isso reduz o risco de infecção e as contrações são menos dolorosas.
Em poucas ocasiões a bolsa amniótica permanece intacta, apesar da existência de uma dilatação muito avançada – até quase a saída do bebê. É possível, até mesmo, que o bebê nasça com a bolsa intacta.